21.6.14

Arte pública no Café Magno

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Sentado à mesa de um café com um amigo de "outros" tempos fiquei a saber que o Café Magno possuía um mural da autoria do artista plástico Tito Reboredo. Obra inacabada realizada em Outubro de 1980.

Quase de certeza que foi a primeira vez que lá tinha entrado. É verdade que é uma parte da cidade onde passo muito raramente - as Torres do Luso, também conhecidas como Urbanização do Luso. Terrenos e propriedade da Santa Casa da Misericórdia do Porto. Edifícios cujo risco se deve ao arquitecto José Carlos Loureiro. Etc... já foi abordado nestas páginas do blogue.

Talvez em breve haja mais coisas sobre este conjunto habitacional.

Para já ficam algumas linhas sobre o pintor:

«Duarte Gustavo de Albuquerque Roboredo e Castro  (Tito Roboredo) nasceu a 4 de Junho de 1934 no concelho da Mêda.


Em 1973 regeu as cadeiras de "Desenho de Modelo Vivo" e de "Pintura do Natural", esteve representado na I Exposição do Ciclo de Exposições "Artistas de Matosinhos", no Orfeão de Matosinhos, juntamente com Bruno Reis, Irene Vilar, Augusto Gomes e Nelson Dias.

Em 1974 foi suspenso da actividade de professor – a sua expulsão foi decidida em Agosto desse ano. A readmissão deu-se passados três anos, a 4 de Novembro de 1977, numa época em que Júlio Resende era presidente da ESBAP. Mas era tarde demais para colher alguma satisfação desse acto. Tito encontrava-se gravemente doente e faleceu em 23 de Outubro de 1980.

Segundo Laura Castro, uma das suas biógrafas, Tito era um homem de aspecto simples, sensível e discreto, tolerante mas exigente, de fino trato e de firmes convicções. Artista minucioso, desinteressado em expor a sua arte e pouco habilidoso na sua venda, durante 25 anos realizou uma obra onde persistem lugares familiares (a quinta onde fazia vinho com os irmãos, a casa de Leça da Palmeira, a Academia Alvarez onde trabalhou e o Café Magno que frequentou e onde se conserva um trabalho seu inacabado). A sua arte denota o gosto pela experimentação e é dominada por relações simbólicas e por poses de quietude e estranheza. »

Pode saber mais nesta página da Universidade do Porto.


1 comentário:

Fernando Ribeiro disse...

Entrei uma ou duas vezes no pequeno Café Magno aí por volta de 1970. Era uma espécie de cafezinho de bairro, aparentemente igual a muitos outros, se não se desse o caso de ser um café muito frequentado por estudantes. Estranhei o facto. Um café de estudantes numa zona da cidade onde não existia nenhuma faculdade, instituto superior ou fosse o que fosse que justificasse tal facto! E não era o único. O Café Satélite, muito perto do Marquês, era outro, embora não fosse tão estudantil como o Magno. Talvez no Café Magno houvesse uma tertúlia e talvez Tito Reboredo fizesse parte dela. Ah, é verdade, não me lembro de ver este quadro no café. Talvez ainda não existisse.