13.12.12

ESCOLA INFANTE D. HENRIQUE

181212

Esta escola situa-se no largo Alexandre Sá Pinto.

Sobre esta escola:

«A actual Escola Secundária Infante D. Henrique foi criada oficialmente em 1884 e foi sofrendo alterações, quer na designação quer no tocante à situação das instalações. Inicialmente obteve a designação de "Escola de Desenho Industrial do Infante D. Henrique", em Vilar, e foi colocada junto e sob alçada do Museu Industrial e Comercial, criado por António Augusto de Aguiar em 1883. Houve então a preocupação de colocar o ensino "fora da acção centralista e absorvente dos governos, organizando os programas em função do problema especial a resolver nesta cidade e, consequentemente, com um aspecto de maior utilidade e de ampla descentralização". A dependência do "antigo" circo do Palácio de Cristal onde foi instalada, teve de sofrer obras de adaptação e daí a abertura tardia, só no ano de 1885-1886.

A primeira matrícula foi bastante concorrida, somando o total de 555 alunos, sendo 545 do sexo masculino e 10 do sexo feminino. As instalações apenas tinham capacidade para 40 alunos, daí somente terem sido admitidos 160 alunos, distribuídos por 4 turmas que funcionavam duas a duas em dias alternados. Nas suas instalações exíguas e espaço diminuto era ministrado o ensino de todos os ramos de desenho e funcionava ainda a secretaria e o depósito de modelos.

Com a organização do Ensino Industrial de 8 de Outubro de 1891, de João Franco, a Escola passou a ter o título de Escola Industrial do Infante D. Henrique e foi integrada nas então denominadas escolas completas. Na Escola passou a leccionar-se um curso primário elementar de desenho elementar e trabalho manual educativo e um curso de instrução complementar preparatório para os Institutos Industriais e Comerciais. A primeira oficina da Escola foi destinada ao ensino de Lavores Femininos e entrou em funcionamento em Maio de 1892. O Decreto de 5 de Outubro de 1893, subscrito pelo Sr. Dr. Bernardino Machado, estabeleceu o ensino diurno para os dois sexos e instituiu, para além dos cursos elementar e complementar já citados, os seguintes cursos: modista, bordadeira, costureira, florista, canteiro, estucador, formador, carpinteiro civil, carpinteiro mecânico, marceneiro, serralheiro civil, serralheiro mecânico, pintor decorador, fogueiro condutor de máquinas, fundidor, lavrante de ouro, ourives cinzelador, fabricante de instrumentos de precisão, encadernador e tintureiro. Porém, grande parte deles não funcionou por falta de oficinas. Em 1914 a escola passou a dispor de duas oficinas de serralharia e carpintaria instaladas num velho edifício contíguo à então igreja do Calvário, hoje conhecida por igreja das Taipas, junto ao Campo dos Mártires da Pátria (ou jardim da Cordoaria) para onde foi transferida depois de ter funcionado num edifício da rua da Bandeirinha.

Em 1920 foi criada a sua biblioteca e a oficina de Carpintaria mudou de instalações que foram ampliadas para funcionar também a oficina de Marcenaria com uma secção de talha artística que lhe foi anexada em 1926. Com essa mudança de instalações foi também possível ampliar as oficinas de Serralharia mecânica e criar as oficinas de Composição e Impressão, de Encadernação e de Electrotecnia e instalar um gabinete de Higiene em 1921.

Em 1922 foram criados os cursos de Artes Gráficas: tipógrafo compositor, tipógrafo impressor, condutor de máquinas tipográficas, esteriotipador e galvanoplastia e encadernador. Em 1923 procedeu-se ao lançamento solene da pedra fundamental do edifício destinado à instalação da Escola Industrial do Infante D. Henrique, ou seja, relativa às actuais instalações, mas só em 27 de Abril de 1927 é que foram iniciadas as obras do actual edifício principal. O edifício principal é inaugurado em 1934, embora em 1933 já ali tivessem funcionado aulas. Porém, os alunos tiveram de se deslocar durante mais alguns anos ao edifício do Jardim da Cordoaria para terem aulas práticas nas oficinas, pois só em 1939 é que foi autorizada a construção das oficinas que actualmente funcionam e que foram inauguradas em 1942.

Em 1958 ultimou-se a construção de mais um edifício, onde se instalaram as oficinas de tecelagem, o refeitório e o ginásio. No entanto como a frequência escolar era muito elevada, os cursos de formação de carpinteiro de moldes, fundidor e montador radiotécnico e as especializações mecânico de automóveis, torneiro, fresador e desenhador industrial passaram para a Escola Fontes Pereira de Melo, entretanto aberta. Em 1955/56 aparecem alunos a frequentar os cursos complementares de aprendizagem de Electricista, Serralheiro, Impressor Tipógrafo, Compositor Tipógrafo e Gravador Fotoquímico e a Portaria 15755, de 6 de Março de 1956 passa a incluir nesta escola o curso de formação de Montador Radiotécnico, acabando a especialização de Montador Electricista.

O folhear livros e recortes de jornais a partir de 1938, elucida inequivocamente a competência dos seus técnicos, cujas obras eram noticiadas com relevo nos jornais da época. Muitos deles chegaram a constituir o embrião técnico de muitas das empresas do Norte do País.

Nas suas oficinas de carpintaria foram construídos barcos (O Primeiro de Janeiro - 7/5/39; Século - 13/7/39) e foram realizadas obras de destaque no seu "laboratório de electricidade" e nas oficinas de tipografia, composição, gravura química, fundição, tecelagem, etc. Na oficina de tipografia eram impressos livros e o jornal "O Infante", guardando ainda a sua biblioteca alguns destes documentos. Em 1971 teve início a "Reforma Veiga Simão" que unificou as designações das escolas industriais técnicas e liceus que passaram a designar-se escolas secundárias. Foram introduzidas disciplinas de formação geral e específica nos cursos gerais das escolas industriais e criados os cursos complementares que permitiam o acesso directo ao ensino superior. No ano lectivo de 1972/73 passa a funcionar nesta escola o curso de Mestrança de Construção Civil que se manterá até 1977/78. Funcionam ainda os cursos gerais de Construção Civil, Electricidade, Mecânica, Química e Têxtil. No ano lectivo seguinte de 1973/74 iniciam-se os cursos complementares de Construção Civil, Electrotecnia, Mecanotecnia, Quimicotecnia- fabril e laboratorial e Têxtil.

Em 1975/76 tem início a extinção dos cursos gerais e é criado o curso unificado. Os cursos gerais nocturnos continuam, mas são alterados curricularmente, desaparecendo as disciplinas práticas. Em 1981/1982 é lançado o décimo segundo ano, via profissionalizante, tendo funcionado na Escola os Cursos de Técnico de Instalações Eléctricas e Técnico de Manutenção Mecânica. Em 1983 é lançado o ensino técnico profissional como subsistema do sistema regular de ensino. Na Escola funcionaram os Cursos Técnico-Profissionais de Instalações Eléctricas, Manutenção Mecânica, Química, Obras e Têxtil de Produção. Foi ainda na década de 80 que a escola começou a oferecer o ensino especial para deficientes auditivos de grau severo e profundo, começando com turmas do curso unificado e prolongando posteriormente para turmas do ensino secundário, com currículo próprio, na área da informática. Em 1989/90 são lançados os cursos pós-laborais de Edificação e Obras e o Curso de Especialização em Técnico de Obras, este destinado aos alunos que já tivessem completado o 12º ano do Curso Técnico-Profissional da área de construção civil. A dinâmica da Escola e a necessidade de reequipar laboratórios e oficinas fizeram-na embarcar, nos anos 90, em experiências pedagógicas inovadoras, como o curso Técnico de Electrotecnia Pós-Laboral, que foi a primeira experiência de estrutura modular em escolas oficiais públicas portuguesas e os cursos de qualificação profissional de nível III e outras acções no âmbito do PEDIP (Programa de Desenvolvimento da Indústria em Portugal) e do PRODEP (Programa de Desenvolvimento do Ensino em Portugal) (Prodep I e Prodep II - acções destinadas ao apoio do Novo Ensino Secundário).»




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