15.6.08

Largo da FONTINHA

26|06|08

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"Em 9 de Julho de 1777, era presente ao senado da Câmara do Porto um requerimento do teor seguinte:
«Ilustrissimo Senado: Dizem José Ferreira Martins e mais moradores do monte do Musa, acima de Fradelos, freguesia de Santo Ildefonso, que o mesmo sítio há uma Fontinha de que os mesmos moradores se servem, a qual sai uma fraga que lança coisa de duas penas de água e para no mesmo sítio haver um tanque com sua fonte, de que todos os moradores se possam servir, se ajustarem com o primeiro suplicante deste faz a referida obra à sua custa, e achando mais água, sendo rompída a dita fraga, que vai por baixo da terra do suplicante ser por este somente, pele sua despesa etc. Dado o consentimento da Câmara fez-se a obra e fixou-se o topónimo. Só este funciona , porque a Fontinha já não existe..."

"Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas



Onde se fala também do Largo da Fontinha:

"Alfredo Guedes, nasceu a 14 de Outubro de 1933 na freguesia de Santo Ildefonso no Porto. Brincou no Largo da Fontinha e aprendeu a escorregar na Rua das Musas. Aos 10 anos foi inserido como vocalista do agrupamento folclórico «Os Cavaquinhos do Norte», que então tinha sede na Travessa das Musas.
Ouvia através da rádio o cantor italiano Tino Rossi e este inspirava-o e atraía-o nas suas mais dilectas cantigas. Aos 13 anos, enquanto trabalhava de aprendiz na Litografia Nacional, um tal senhor Augusto Pereira, intérprete de fado humorístico, surpreendeu-o a cantarolar e convidou-o a experimentar-se numa sessão de fados a sério que tinha lugar aos domingos numa tasquinha de Clarão de Sabugo, em Coimbrões. Testado e aplaudido nos três únicos fados que sabia, desde daí nunca mais deixou de cultivar a tendência fadista que passou a tomar-lhe conta de todos os seus lazeres e anseios.
Após ter participado em inúmeros espectáculos, em 1958, iniciado profissionalmente na «Candeia» do Porto, foi para Lisboa, onde actuou na «Adega Mesquita» e no restaurante típico «O Serão». Regressando em 1961 de novo à «Candeia», passou à época pelas diversas novidades fadistas que iam surgindo na sua cidade: «Casa da Mariquinhas», «Cozinha Real do Fado», «Arcadas Dom Vaz», «Pérola Negra», «Mal Cozinhado», «O Requinte», «Taverna de São Jorge e «Lisboa à Noite».
Acumulando um repertório que se estabelece em cerca de 300 interpretações, dentre as quais destaca empolgados momentos em «Pomba Branca», «Olhai a Noite» e «Criança de Todos Nós», em 1967, incentivado pelo poeta Torre da Guia para a inóspita aventura da «Rua-do-Heroísmo», Alfredo Guedes é o primeiro a passar ao acetato os até aí interditos versos de António Aleixo, os quais seleccionou e adaptou a diversas músicas do fado clássico. Em 2008 e aos 74 anos, Alfredo Guedes é um dos mais lídimos e considerados intérpretes de Fado no Porto, exercício em que apresenta extremamente burilada a sua longa tarimba no ofício de dar a voz à expressão dos sentimentos.
Ao longo da sua carreira artística participou nos principais eventos fadistas da Invicta Cidade, incentivando, organizando e promovendo concursos na qualidade de dirigente da Associação Cultural dos Fadistas do Norte. Curiosamente, sob o nº. 13.778 e com data de 1 de Maio de 1965, é detentor do cartão da Caixa de Previdência dos Profissionais de Espectáculos."



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