10.12.14

Simão Bolivar no Porto

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Esta escultura, da autoria de Albano Martins, foi oferecida pelo Consulado da Venezuela no Porto.



Breve nota biográfica sobre Bolivar:

"Simon Bolívar é frequentemente chamado de "o George Washington" da América Latina. Ele é considerado o responsável pela libertação de cinco países sul-americanos do domínio espanhol: Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru e Equador.

Simon Bolívar nasceu no dia 24 de julho de 1783 em Caracas, na Venezuela. De família aristocrata, descendente de espanhóis, ele tornou-se órfão aos 9 anos. Ainda muito jovem, visitou diversos países europeus, e foi enviado em 1799 a Madri, na Espanha, para completar sua educação. Aos 18 anos, Bolívar casou-se com Maria Teresa de Toro e, em 1802, o casal foi a Caracas, aonde, após seis meses de matrimônio, a jovem veio a falecer.

Em 1804, Bolívar retornou à Europa, visitando a França e a Itália. Ele ficou extremamente impressionado com Napoleão Bonaparte, que havia se coroado imperador, e o jovem Bolívar então passou a sonhar em ter a glória semelhante. Quando Bolívar foi a Roma, fez seu famoso juramento, no Monte Sacro, de libertar a América do Sul.

Em 1808, Napoleão Bonaparte invadiu a Espanha, depôs a dinastia Bourbon e nomeou seu irmão José como rei espanhol. Todas as colônias espanholas recusaram-se a reconhecer a autoridade de Bonaparte. Alguns continuaram aderindo à família real espanhola, enquanto outros decidiram perseguir a independência.

A revolução contra o domínio espanhol teve início na Venezuela, em 1810, com a deposição do governante espanhol. Uma declaração formal de independência foi feita em 1811, e no mesmo ano, Bolívar tornou-se oficial do exército revolucionário. Porém, em 1812, tropas espanholas retomaram o poder na Venezuela. O líder da revolução venezuelana, Francisco Miranda, foi preso e Bolívar deixou o país.

Nos anos seguintes ocorreram diversas guerras. As vitórias venezuelanas eram seguidas por derrotas esmagadoras, mas Bolívar nunca desistiu. Finalmente, em 1819, Bolívar liderou seu pequeno exército ao longo de rios e vales, e nas altas trilhas dos Andes, para atacar as tropas espanholas na Colômbia. Ele venceu a importante Batalha de Boyaca, em 7 de agosto de 1819, e a República da Colômbia foi proclamada em dezembro do mesmo ano. Em 1821, Bolívar finalmente libertou a Venezuela na Batalha de Carbobo e um de seus mais talentosos oficiais, Antonio José de Sucre, libertou o Equador na Batalha de Pichincha, em maio de 1822.

Enquanto isso, o patriota argentino José de San Martin libertava a Argentina e o Chile, e iniciava a libertação do Peru. Simon Bolívar e José de San Martin se reuniram na cidade de Guayaquil, no Equador, no verão de 1822, mas não chegaram a um acordo sobre unir suas forças para combater os espanhóis. San Martin não queria se envolver numa luta por poder com Bolívar, pois isso beneficiaria a Espanha. Portanto, ele renunciou à sua posição como Protetor do Peru, deixando o poder para Bolívar e emigrou da América do Sul. Bolívar chegou ao Peru em 1823 e prevaleceu sobre o governo real espanhol na Batalha de Junin, em agosto de 1824. Mas foi Sucre que assegurou uma vitória total, ao esmagar as tropas espanholas em Ayacucho, em dezembro de 1824. A guerra pela independência estava vencida!

Após as vitórias militares, Simon Bolívar encontrava-se em uma posição extraordinária. Ele era presidente da Colômbia, ditador do Peru e presidente da recém-formada Bolívia, região que havia sido chamada de Alto Peru nos tempos coloniais. O novo país foi nomeado em sua homenagem.    

Após realizar seu sonho de libertar seu país e outras nações sul-americanas do controle espanhol, o objetivo seguinte de Simon Bolívar foi de o de se tornar um líder e estadista sul-americano. Bastante impressionado com os Estados Unidos da América, onde diversos estados haviam se unido para formar um único país, Bolívar planejou realizar uma federação das nações da América do Sul. De fato, Venezuela, Colômbia e Equador já constituíam a República da Grande Colômbia, sob a presidência de Bolívar. Mas diferentemente dos Estados Unidos, as tendências de independência nacional no continente não podiam ser ignoradas. Quando Bolívar convocou o Congresso das Nações da América Hispânica, em 1826, apenas quatro países compareceram.

No entanto, ao invés de mais países se unirem à Grande Colômbia, o oposto ocorreu: a república começou a se repartir. Para agravar a situação, uma guerra civil irrompeu na Colômbia em 1826. Bolívar tentou evitar uma separação definitiva das regiões em conflito. Ele conseguiu que ocorresse uma reconciliação temporária e convocou uma nova assembléia constituinte em 1828, mas não concordou com as deliberações do corpo legislativo e assumiu poderes ditatoriais temporariamente. A oposição a Bolívar começou a crescer repentinamente e em 25 de setembro de 1828, ele escapou por pouco de uma tentativa de assassinato.

Bolívar não conseguiu manter a confederação dos países da América do Sul. Por volta de 1830, Venezuela e Equador já haviam deixado a união, e Bolívar, percebendo que suas ambições políticas eram uma ameaça à paz regional, renunciou em abril do mesmo ano. Quando faleceu, em 17 de dezembro de 1830, ele estava deprimido, pobre, e havia sido exilado de seu país de origem, a Venezuela. Ele morreu de tuberculose em Santa Marta, na Colômbia.

Simon Bolívar morreu odiado por seus inimigos e exilado de seu próprio país. Todavia, após sua morte, sua reputação foi restaurada e ele obteve fama de proporções quase mitológicas. Foi, sem dúvida, um líder marcante. Um homem ambicioso, às vezes assumia posturas de ditador; porém, ele esteve sempre mais preocupado em preservar a democracia e assegurar o bem-estar de seu povo do que com suas ambições pessoais. O trono lhe foi oferecido, mas ele o recusou. Presume-se que ele considerava seu título de "El Libertador" maior que qualquer título real.

Não há dúvidas de que Bolívar foi o principal líder na libertação das colônias espanholas na América do Sul. Mesmo antes de iniciar sua campanha militar, ele já havia escrito cartas, publicações em jornais e feito discursos a favor da independência. Posteriormente, ele arrecadou fundos para financiar as guerras, e foi o principal líder das forças revolucionárias.

Não obstante, ele não pode ser considerado um grande general. Os exércitos que ele derrotou não eram poderosos. Bolívar não foi um estrategista militar, porém possuía algo extremamente valioso: sua firme determinação a despeito de qualquer obstáculo. Mesmo após sofrer tantas derrotas contra os espanhóis, ele re-agrupou suas tropas e continuou a lutar. Outros provavelmente teriam desistido.

Em algumas maneiras, Simon Bolívar foi ainda mais notável que o pai da independência norte-americana, George Washington. Diferente de Washington, Bolívar libertou qualquer escravo que encontrava durante suas batalhas e tentou abolir a escravidão em todo território que ele libertou. Não obstante, mesmo após sua morte, a escravidão continuou existindo nas ex-colônias espanholas na América Latina. 

Simon Bolívar era um romântico e um idealista, com grandes ambições políticas. Mas ele não dava muita importância ao dinheiro; entrou na política como um homem rico e faleceu muito pobre. Ainda hoje, Bolívar continua sendo um dos maiores heróis na história da América do Sul."

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Curiosamente o Consulado da República Bolivariana de Venezuela situa-se no Edifício Península na Praça do Bom Sucesso e não na rua da Venezuela.


Os meus reconhecidos agradecimentos a João Melo por ter partilhado as suas imagens e permitido a sua publicação neste blogue.



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